Encarando nossos horrores

O momento terapêutico é aquele em que se desenrola a coragem para se dizer, fazer e criar o que há de mais espontâneo e autêntico na experiência. Mas não esquecemos a sociedade em que vivemos: profundamente doentia, burocrática – e ao mesmo tempo caótica -, destruidora, repressora, desvitalizante e assassina. Logo, perguntar pela espontaneidade de […]
Sobre a Gestalt-Terapia

A experiência é Gestáltica. afirmar isso é dizer que viver não é simplesmente devorar um mundo exterior que invade nossos sentidos, mas que cada aqui-e-agora é também criado por processos espontâneos de contato. Fazer uma terapia Gestáltica é, então, perguntar sobre como alguém cria e é criado pelo mundo que habita. Vive uma vida tediosa, […]
Liberdade

Porquanto a vivência do contato com o mundo é costumeiramente impedida, massificada, aniquilada e reprimida desde a infância, são necessários lugares que, num movimento contrário, viabilizem este viver. Não se trata simplesmente de anunciar que “as pessoas podem ser elas mesmas”. De certa forma, é exatamente isso que elas não conseguem fazer, uma vez que […]
Infinidade

Estaria enganado aquele que acreditasse que o constante reformular da clínica é sinal de seu fracasso. Se frequentemente surgem novos modelos, entendimentos e práticas clínicas, tal só demonstra que é característica mesma destes um ajustar-se criativamente às realidades contemporâneas e suas novas demandas. Ora, se a clínica é fundamentalmente lugar de encontro com a realidade […]
Não saber

Na terapia nos encontramos com o real. É o desenrolar de uma nova vivência, em que o terapeuta está também implicado. Deve ele então estar disposto a botar suas próprias concepções e ideais em jogo: estas nunca, em hipótese alguma, dão conta de toda a vivência do outro. Isso exige, do próprio terapeuta, que assuma […]
Afinal, o que é Gestalt?

O filósofo Franz Brentano, que deu aula a Freud e Husserl, foi um dos primeiros a usar o termo Gestalt. Segundo ele, tratava-se de um “totalidade” indeterminada, sem causa e nem objetivo, incapaz de ser apreendida pela linguagem, e que se apresenta espontâneamente à experiência. As Gestalten seriam assim apresentações espontâneas de algo que só […]
Individualismo?

Embora alguns acusem a clínica bipessoal de ser um modelo individualista, gosto de pensar que, pelo contrário, ela é a prova de que nenhum problema precisa ser exclusivo, individual. Não há nada com o qual precisemos lidar absolutamente sozinhos, nada tão horripilante que não possa ser compartilhado. Não há crescimento individual: só se cresce na […]
Desrazão

O psicoterapeuta determinado a achar lógica, sentido e razão nas vivências de seus clientes está fadado a falhar. A experiência não obedece a regras matemáticas ou a sistemas teóricos. A experiência é sempre maior do que o que podemos falar sobre ela. Se “Gestalt” é a apresentação espontânea de “totalidades indeterminadas que não podem ser […]
Ajustamento criativo

A principal aposta da Gestalt-Terapia é no poder do “ajustamento criador”. Acreditamos que o self, inserido em seus campos vivenciais, realiza um duplo movimento: Por um lado, AJUSTAMENTO: precisa se adaptar, conviver com os limites da realidade, que frustra e demanda. Por outro, CRIADOR: frente a essa vivência, cria, produz, transcende, profana o existente e […]
Sentir junto

Na Gestalt-Terapia, o “sentir” não é individual. Tudo o que é da ordem do “sentir” não é apenas de uma pessoa, pois a noção de “pessoa” é uma construção abstrata, posterior ao contato espontâneo. Durante a sessão clínica, estabelece-se um campo no qual tanto clínico quanto cliente estão implicados. Todo o “sentir”, os afetos que […]