Momentos de crise são frequentemente vistos como algo negativo, que deve ser evitado e eliminado.
Ao contrário, penso no momento crítico como um momento rico de possibilidade. Na crise – tanto na pessoal quanto na social – os fundamentos de estabilidade se abalaram. As estruturas dadas estão sendo destruídas, e a vida se inunda de afetos.
Trata-se de um acontecimento divisor de águas, de um desvio no curso da experiência. O que se faz e como se faz numa crise tem o poder de criar novos hábitos e estruturas de viver.
Trata-se de uma experiência intensa, pois nossas guardas e defesas se desfizeram. Entretanto, isso não é necessariamente ruim: a crise se faz aqui oportunidade única de operar aberturas para outras possibilidades e potências de ser.
Fazer crise também é criar: é como se nosso corpo, nossos entornos e nossa própria existência dissessem: CHEGA!
