O paradoxo da completude

Tem me intrigado o conceito de “completude”. Na Gestalt-Terapia fala-se muito de “totalidade”, mas os dois não poderiam ser confundidos, visto que o self gestáltico não é completo, mas sempre visa algo que não é ele mesmo e que está para além de si, ou seja, que lhe falta. Assim, os gestaltistas pretendiam precisamente criar […]

O papel do corpo em Gestalt-Terapia

Para o público geral a expressão “psicologia corporal” pode parecer um disparate. Afinal, para o senso comum a psicologia é a ciência da mente compreendida como interioridade. Por consequência, o método de trabalho nas formas clássicas de psicoterapia é predominantemente verbal. Não por acaso, até hoje quando vemos um psicoterapeuta nas representações de mídia – […]

O que faz um bom Gestalt-Terapeuta?

Hoje na volta do consultório percebi em mim um certo sentimento satisfatório decorrente do que acreditei ser um trabalho bem feito. Por estranho que seja, num Gestalt-Terapeuta – como este que vos fala – isso pode gerar certo pânico, uma vez que a clínica gestáltica se pretende como metodologia não dogmática, ou seja, que não […]

O que é responsabilidade afetiva?

Assim como sabemos que depois do inverno vem a primavera, também é certo que volta e meia o povo da internet gosta de discutir sobre responsabilidade afetiva. O tema é tão polêmico e envolvente justamente pela natureza complexa e até um pouco paradoxal do conceito. Como poderíamos ser responsáveis por algo que não controlamos? Mais […]

A política de viver

Hoje, não há outro assunto no Brasil além de política. Nada desperta mais angústia, paixão e sofrimento. A intensidade afetiva que vivemos está sem dúvida relacionada ao ano eleitoral e a profunda divisão ideológica-moral da sociedade brasileira. Entretanto, não se trata apenas de uma questão de representatividade institucional. Na realidade, nossa própria vida carrega em […]

Qual o resultado da Gestalt-Terapia?

Para os criadores da Gestalt-Terapia, a experiência aqui-e-agora é rica o suficiente em detalhes, complexidade e profundidade – histórica e afetiva – para nos dar, a cada nova sessão, um critério intrínseco a ela mesma. Isso significa que a cada novo acontecimento, o Gestalt-Terapeuta se orientará não pela norma social ou mesmo pelas teorias psicológicas […]

Alta na Gestalt-Terapia

Pode parecer contraditório com tudo que falo aqui escrever sobre “alta”. Afinal de contas, não é o Gestalt-Terapeuta aquele que não sabe o melhor pro cliente? Não é ele aquele que não decide nada, mas convoca e provoca o exercício da autonomia? Tudo isso é verdade. A princípio, a ideia de alta em terapia parece […]

O que é contato?

Sem dúvida alguma, a Gestalt-Terapia é uma abordagem de contato. Em geral, interpreta-se isso da seguinte forma: terapeuta e cliente entrarão um em contato com o outro, e esse encontro poderá ser frutífero e transformador. Apesar de ser parcialmente verdadeira, essa forma de interpretar o contato é superficial. A profundidade – muitas vezes esquecida – […]

Ética Gestáltica

Pode-se dizer que a Gestalt-Terapia não só tem uma ética, mas também é uma ética. Isso porque seja onde for realizada – não necessariamente em um consultório – os métodos, técnicas e a postura gestáltica nos fazem encontrar algo “outro”, algo “diferente”, para usar a linguagem do livro “Gestalt-Terapia” de 1951, viver uma “novidade”. Neste […]

A importância de dizer NÃO

Não é incomum vermos pais que se indignam quando recebem um “não” de seus filhos. Tentando ensinar-lhes a importância da autoridade, se preocupam com a possibilidade de rebeldia e irresponsabilidade. Essa preocupação é certamente legítima. Entretanto, quero falar de um outro ponto de vista: quando ensinamos que dizer “não” é errado, estamos essencialmente dizendo para […]