Não é incomum vermos pais que se indignam quando recebem um “não” de seus filhos. Tentando ensinar-lhes a importância da autoridade, se preocupam com a possibilidade de rebeldia e irresponsabilidade. Essa preocupação é certamente legítima.
Entretanto, quero falar de um outro ponto de vista: quando ensinamos que dizer “não” é errado, estamos essencialmente dizendo para a criança que seu desejo e suas recusas não importam.
Uma criança que não pode dizer “não” torna-se submissa, não apenas aos próprios pais, mas ao resto do mundo. Está muito mais propensa, na vida adulta, a não resistir em situações de violência e exploração, e consequentemente, também não fazer nada quando vê outras pessoas sendo violentadas ou exploradas.
Assim, ensinar uma criança a dizer “não” pode ser uma maneira de ajudá-la a desenvolver sua autonomia e autoestima. Quando não aceitamos toda e qualquer coisa, valorizamos a nós mesmos e aos outros.
Em terapia, isso muitas vezes significa trabalhar com o cliente sua capacidade de recusar o que lhe faz mal.
