Filosofando com a Guerra dos Tronos

Matheus Ribeiro

Matheus Ribeiro

Pequena reflexão inspirada pelo seriado “Guerra dos Tronos”. Em certo momento do seriado, se dá o seguinte diálogo:

– Joffrey: Eu sou rei!

– Tywin: Qualquer homem que precisa dizer “Eu sou o rei!” não é um verdadeiro rei.

Tywin aqui estaria junto com Martin Heidegger, que afirma que a possibilidade mais autêntica da existência não precisa afirmar-se dizendo “Eu”.

O narcisismo de Joffrey quando expressa que é rei surge precisamente no momento em que perde seu poder, no momento em que deixa de ser rei. É uma tentativa desesperada de restabelecer sua imagem frente aos outros.

Ao meu ver, na cultura consumista e fragmentada em que estamos inseridos, todos somos como Joffrey nessa cena.

Cada vez mais precisamos nos investir em dimensões narcísicas e imaginárias, entre nos promover nas redes sociais, consumir desenfreadamente, não parar nunca de “empreender a si mesmo”…

Essa necessidade de falar e investir cada vez mais em si talvez demonstre precisamente que cada vez mais nos afastamos de nossa experiência e de nosso poder real.

Em paralelo com a cena de Guerra dos Tronos, se Joffrey diz “Eu sou rei!”, parece que cada vez mais em nosso cotidiano e nas nossas redes sociais precisamos dizer “Eu sou feliz!”, “Eu sou bem-sucedido”, “Eu sou um vencedor!”

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