História e Gestalt-Terapia

Matheus Ribeiro

Matheus Ribeiro

O foco da Gestalt-Terapia no aqui-agora muitas vezes levou essa abordagem terapêutica a ser entendida como a-histórica (por vezes, pelos próprios Gestalt-Terapeutas).

Não consigo visualizar erro maior. A fenomenologia que baseia a Gestalt-Terapia afirma que não há experiência puramente determinada, um presente puro, mas que toda vivência visa e é visada por horizontes indeterminados de passado e de futuro.

Nossas formas de ser manifestas no aqui-e-agora não são formas presentes, mas resquícios de contato, uma historicidade experiencial assimilada. Esta história não é aquela determinada, biográfica, no sentido de uma história que poderíamos atingir através de uma anamnese. Ao contrário, trata-se aqui de uma historicidade pulsante, que não pertence nem a mim nem ao outro, mas está entre nós, como campo, como mundo.

O aqui-e-agora não é um presente isolado: é o próprio presente se tornando passado na medida em que visa um futuro, e ambos, passado e futuro, orientando nosso agir no presente, em um sentir espontâneo e corporal que nomeamos awareness.

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