Embora alguns acusem a clínica bipessoal de ser um modelo individualista, gosto de pensar que, pelo contrário, ela é a prova de que nenhum problema precisa ser exclusivo, individual.
Não há nada com o qual precisemos lidar absolutamente sozinhos, nada tão horripilante que não possa ser compartilhado. Não há crescimento individual: só se cresce na troca com os outros e com o mundo.
Do ponto de vista do terapeuta, isso exige uma postura de abertura, tanto para o que há de “incompartilhável” em si – através de sua própria terapia e supervisão, onde explora seus próprios limites -, quanto para poder acolher, sem impor um saber ou moral, o que quer que exista de “incompartilhável” no outro.