A Gestalt-Terapia não trabalha com metas ou objetivos pré-determinados. O foco na experiência e na tomada de consciência enfatiza aquilo que ocorre no aqui-e-agora, contra tudo que “deveria” estar sendo, segundo uma norma ou ideal externo.
Mas, se há nela uma proposta de não tentar mudar o que está acontecendo, isso não significaria que não haveria nada de novo, nenhum desvio, nenhum crescimento?
Não! Ao contrário, o paradoxo Gestáltico afirma que quando imergimos em nossa experiência, nos transformamos.
Ora, o que esse paradoxo nos revela?
Que nossa experiência não é a pura identidade de um eu, mas também carrega uma dimensão de contato com o outro, que nos permite crescer.
Viver o aqui-e-agora não é apenas “ser eu mesmo”, mas justamente entrar em contato com a alteridade que habita espontaneamente uma vivência. Quando nos deixamos afetar em nossa experiência mundana e coletiva, espontaneamente nos transformamos: realizamos nosso potencial e nos tornamos outro.