Na Gestalt-Terapia, o “sentir” não é individual. Tudo o que é da ordem do “sentir” não é apenas de uma pessoa, pois a noção de “pessoa” é uma construção abstrata, posterior ao contato espontâneo.
Durante a sessão clínica, estabelece-se um campo no qual tanto clínico quanto cliente estão implicados. Todo o “sentir”, os afetos que ali surgirem, não são da autoria de um nem de outro, mas sim efeitos do campo ali vivido.
No método Gestáltico isso tem uma importância fundamental: o clínico tem a liberdade de agir a partir do que sente, porque o que sente não tem a ver só consigo, mas também com aquilo que, no cliente, lhe toca. É nas suas intuições mais fortes que encontrará as suas melhores intervenções.
E isso não porque suas intuições estejam certas, pois o objetivo do clínico não é estar certo, mas sim produzir efeitos, impactos.