Entre os sintomas que mais crescem em nossa época encontramos os ataques de pânico. Estes são caracterizados por diversos sintomas repentinos, como a falta de ar, o batimento cardíaco acelerado e o medo de morrer, entre muitos outros.
Esses sintomas não são provenientes apenas de alguma deficiência biológica, mas nascem de nosso contato social e do modo com que nos relacionamos.
Assim, não se trata de uma coincidência que o pânico esteja cada vez mais presente em nossa sociedade. Vivemos hoje em um mundo caracterizado por excessos: somos demandados a todo momento por milhares de sinais e estímulos que exigem cada vez mais respostas de nosso organismo.
Cada vez temos tempo para nós. Estamos sempre trabalhando ou consumindo, independente de estarmos cansados ou não. A ansiedade se acumula e continuamos a ser estimulados o tempo todo. Eventualmente, nosso corpo se sobrecarrega e entramos em pânico.
O ataque de pânico é o excesso de resposta de um corpo que sofre um excesso de demanda, um corpo que não pôde nunca relaxar ou recuperar suas energias. Numa sociedade que não tem respeito nenhum pelos limites do corpo, ele se revolta.
Fazer psicoterapia pode nos colocar em contato com os excessos que sofremos e que nos levam ao pânico. Trata-se de um ato de cuidado consigo mesmo, respeitando as necessidades vitais e relacionais de nosso corpo.