Sobre a LGBTfobia

Matheus Ribeiro

Matheus Ribeiro

Os grupos LGBT vivem variadas formas de sofrimento. Estas não tem nada a ver com uma essência patológica da sua sexualidade, mas sim com seu cotidiano inundado de violências, que não vem apenas de indivíduos intolerantes, mas da própria estrutura normativa e institucional do estado. Sim, eles sofrem. Não, eles não estão doentes.

Frente a essa nova investida patologizante – essa tendência social que acredita que os LGBT são doentes – lembrei de um conceito do livro Análise do Caráter, de Wilhelm Reich. Trata-se do que Reich chamou de “Peste Emocional”.

Para ele, as institucionalidades de uma determinada sociedade estão ligadas diretamente as suas formas de caráter mais típicas. Reich afirma que sociedades – como a nossa – repressoras da atividade sexual acabam por resultar em indivíduos profundamente insatisfeitos sexualmente.

Estes indivíduos não conseguem lidar com sentimentos vitais profundos: nada que demonstre espontaneidade, intensidade, excitamento ou amor. Frente a essas formas de vida, desenvolvem uma espécie de peste emocional: não só se tornam incapazes de apreciá-las e compartilhá-las, mas também as rejeitam e violentam.

A peste emocional se propaga e se manifesta na forma de sentimentos e condutas anti-vida. Odeia qualquer forma de diversidade, se caracterizando também como anti-ética. Em sua violência ressentida e irracional, destrói toda afetividade. Se institucionaliza e se cristaliza na forma de projetos e ideologias fascistas.

O fascismo é isso: o ódio a toda forma de vida diferente, intensa, profunda. O ódio a toda forma de amor. A LGBT-fobia é um sentimento marcadamente fascista. E com fascismo não se dialoga, se combate.

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